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Foto do escritorDr. Diego Dorim

Doença neurológica e gestação

Quando a gravidez deve ser acompanhada também por um médico neurologista?

Essa é uma pergunta que recebi diversas vezes de minhas pacientes, portadoras de doenças neurológicas, que estavam planejando uma gestação ou descobriram que estavam grávidas, mesmo sem planejamento.


Durante a gestação o corpo feminino sofre uma série de transformações em decorrência de alterações hormonais e do desenvolvimento da criança que está para chegar. Em algumas doenças neurológicas é essencial que, além do obstetra, as pacientes sejam acompanhadas por um médico Neurologista durante toda a gestação.


Doenças como Epilepsia, Esclerose Múltipla e Enxaqueca não são contra-indicações para gestação!

Apesar de não ser contra-indicação, em pacientes portadoras dessas doenças neurológicas, é essencial um planejamento pré-concepcional bem como um controle rígido a fim de garantir o bem estar da mãe e do bebê que está sendo gerado.


A Enxaqueca, uma condição frequente nos consultórios de neurologia, tende a apresentar uma melhora durante o período gestacional, o que torna o controle mais fácil com analgésicos simples que podem ser utilizados neste período. No entanto, mulheres que fazem uso de medicamentos profiláticos devem planejar o momento de engravidar para que seja feita a suspensão de medicamentos que podem causar má formação fetal.


A Epilepsia é uma condição que exige um pouco mais cuidado já que o uso de medicações para tratar a doença pode envolver um maior risco de malformação do bebê. Por ouro lado, a suspensão dos medicamentos podem favorecer a ocorrência de crises que podem, de uma forma, levar até mesmo ao abortamento espontâneo e ou a complicações mais graves para a mãe. Assim, diante do desejo de engravidar, a paciente deverá procurar atendimento neurológico para que seja feito um planejamento dos medicamentos e doses a serem utilizadas a fim de minimizar os riscos dessas complicações.


Por fim, a Esclerose Múltipla, uma doença que mais frequentemente acomete mulheres jovens na faixa de 20 a 30 anos. Hoje sabemos que a doença não tem contraindicação para a gravidez, e que a gravidez não influencia negativamente a esclerose múltipla. A situação de gravidez ideal seria aquela em que a paciente está livre de surtos e de alterações na ressonância magnética há pelo menos dois anos e que, portanto, poderia avaliar questões relacionadas ao uso do medicamento. No entanto, sabemos que essa condição raramente é conseguida. Assim, uma recomendação é que neste caso a gravidez também seja planejada e as necessidades de manutenção ou não do medicamento durante a gestação seja individualizada para cada paciente. Além disso, após o parto o risco de ter surtos de esclerose múltipla aumenta nos primeiros meses devendo, portanto, esse acompanhamento minucioso ser realizado em todas as etapas da gestação.


Caso tenha alguma dúvida, procure seu Neurologista e/ou Obstetra, pois eles serão os melhores profissionais para garantir uma gravidez tranquila com os menores riscos de complicações.


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